terça-feira, 22 de janeiro de 2008

caso pensado

sempre pensei que o dia que levasse um tombo ou um escorregão na rua ou na escola na frente de todos o melhor truque seria fingir um desmaio. imediatamente o que seria caso de risada viraria motivo de preocupação.
na rua, por exemplo, se vemos alguém cair achamos engraçado, procuramos disfarçar para que a pessoa não perceba que estamos rindo da sua cara. quanto mais pra adolescência está a pessoa mais engraçado é. já ver uma pessoa desmaiada nos causaria consternação.
- Nossa, o que houve com aquela moça?
ou então:
- Coitado do rapaz, devia tar passando mal...
claro, como qualquer pessoa normal (?), isso era apenas um pensamento hipotético na minha cabeça. quem, em sã consciência, finge um desmaio no meio da rua?
...um dia pus em prática o plano. cai na praça tirandentes. tava frio, então não me machuquei por que estava usando uma jaqueta astronauta, mas segundos antes percebi o que estava para acontecer e, sabendo o quão ridículo é se espatifar no meio da praça central da cidade, não tive dúvidas em "desmaiar" na mesma hora.
pude comprovar que minha teoria estava certa. as pessoas realmente demonstram preocupação. me "reanimaram", trouxeram cadeira para eu sentar, me ofereceram água, mandaram eu colocar minha cabeça no meio das pernas e respirar com calma. e não me deixavam ir embora. confesso que já estava enfadada de tantos cuidados e o que queria mesmo era levantar e ir embora.
- É perigoso moça, vai que você está com pressão baixa. Melhor esperar mais um pouco.
tive que ficar fazendo onda de mal estar por uns 15 minutos. ir me recuperando aos poucos e finalmente agradecer a todos e seguir meu caminho.
depois fiquei pensando que o que poderia ter durado 15 segundos de tiração de sarro acabou virando 20 minutos de conversa com estranhos especulando sobre minha vida.
mas é bem a minha cara mesmo...

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sempre tive essa idéia, mas nunca coragem de fazer... mas já ouvi relatos de pessoas que fingiram dor ao cair, apertando a canela, até ficar vermelha. não lembro quem foi...